Mais uma vez Waldez faz uma referência às constantes notícias sobre alagamentos na capital paraense para criticar outros problemas que os cidadãos sofrem. Enquanto que na charge acima o mote é a subida da "maré de preços", a "cheia" citada nessa charge é a cheia das multas aplicadas no trânsito de Belém. O chargista mostra, assim, que não são apenas as chuvas que caem em excesso: as multas também são excessivas. Como podemos perceber no desenho do semblante dos motoristas e passageiros, assim como os alagamentos, tal excesso de multas causa desespero, um sentimento de pânico e perplexidade. Os motoristas mal conseguem dirigir em meio a tantas multas. Mais uma vez, quem sofre é o consumidor de classe média, que não tem grandes carrões - são carros simples os desenhados pelo chargista. São problemas da cidade olhados pelos olhos de quem consegue traduzir em desenho o sofrimento da população em geral, e, portanto, consegue criar entre o leitor e o jornal um sentimento de cumplicidade.
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